Essa postagem está atrasada. Devemos urgentemente compreender como é uma orquestra. No sentido mais básico: que instrumentos a compõem. A orquestra sinfônica moderna - usamos a designação sinfônica para distinguir de uma orquestra de câmara - é um equipamento que foi evoluindo a partir dos consorts na música renascentista e barroca. No classicismo (Séc. XVIII) ela foi estabelecida como o conjunto padrão para execução de sinfonias e óperas. Mas no romantismo (Séc. XIX) ela ainda foi se dilatando, novos instrumentos sendo acrescentados e instrumentos preexistentes sendo aumentados em quantidade.
Observe os dois conjuntos abaixo.
O primeiro é uma orquestra sinfônica moderna (também chamada de orquestra sinfônica romântica, pois foi no romantismo que ela adquiriu as proporções de hoje). O segundo é um consort dedicado à execução de música medieval e renascentista. A organização, os instrumentos usados e a quantidade de instrumentos nos dão a diferença entre um conjunto de câmara e uma orquestra sinfônica.
Vamos tomar um exemplo de sua evolução. Na época de Beethoven, os primeiros violinos podiam ser apenas 4 ou 6. Hoje são 14. Tocando a mesmíssima coisa. Daí temos mais 12 segundos violinos (que se comportam como um naipe à parte, tendo pouco a ver com os primeiros), 10 violas, 8 violoncelos e 6 contrabaixos. Isso, para que se toque hoje uma obra de Beethoven. Lembrando que o mesmo Beethoven, em 1800 tinha que se contentar com seus 4 primeiros violinos.
Além disso, temos os sopros, que são divididos em 2 categorias: as madeiras (flautas, clarinetes, oboés e fagotes) e os metais (trompas, trompetes, trombones e tuba). Temos também as percussões, que são variadas, mas cujo principal instrumento são os tímpanos. São de dois a cinco tambores que formam a alma percussiva da orquestra.
Os Instrumentos
A orquestra atual se configura da seguinte maneira: 14 primeiros violinos; 12 segundos violinos; 10 violas; 8 violoncelos; 6 contrabaixos; 2-3 flautas; 2-3 oboés; 2-3 clarinetes; 2-3 fagotes; 4 trompas; 3 trompetes; 3 trombones; tuba e tímpanos.
Além desses, temos os instrumentos ocasionais, pois o fato é que cada obra pede uma orquestra diferente: o corne inglês, o contrafagote, o clarinete baixo, o clarinete em mi bemol, o flautim, o piano, a celesta, as harpas e diversos instrumentos de percussão.
Existem algumas formas de dispor, em uma meia-lua, em frente ao maestro, os instrumentos. Mais algumas dessas formas já estão mais consolidadas. Veja a seguir um cenário possível:
Já no Século XX, ainda mais instrumentos foram se adicionando, como o saxofone, o theremin e outros, mas sempre como instrumentos ocasionais.
Temos aqui um belo panorama do que é uma orquestra sinfônica.
A organização
O maestro e o diretor musical são as presenças mais fortes na orquestra. O primeiro violino, chamado Spalla (ele fica imediatamente à esquerda do regente), assim como o primeiro intrumentista de cada naipe tem sua importância, também. Eles podem ditar as articulações, as arcadas (se uma nota é atacada com a ponta do arco ou com a parte perto da mão) etc.
Além disso, várias orquestras estão ligadas a sociedades filarmônicas, que são o que podemos chamar de patrocinadores.
Não existe diferença entre Orquestra Sinfônia e Filarmônica. Muitas cidades, como Londres, Berlim e Viena, têm uma Sinfônica e uma Filarmônica. Hoje em dia é só para diferenciar uma da outra.
Veja nessa postagem as mais importantes orquestras do nosso tempo.
E aqui, aprenda um pouco sobre as orquestras que tentam resgatar a maneira de fazer e de tocar no período barroco e clássico.
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