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  • Foto do escritorRafael Torres

Top 10 Discos de Edu Lobo

Atualizado: 23 de jul. de 2022

Vamos fazer o Top 10 da discografia de Eduardo de Góes Lobo. Nascido em 1943, no Rio de Janeiro, o músico é altamente respeitado no mundo inteiro - eu que o diga, fiz (com os Argonautas) um álbum em sua homenagem. Talvez não seja tão popular quanto Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, mas é um dos maiores compositores de música popular que o Brasil deu. Tom Jobim dizia ser filho de Villa-Lobos e Edu, neto dele.


Nessa seleção vou incluir discos da sua discografia pessoal, mas também aqueles em que ele só aparece como compositor ou arranjador. Só tem uma coisa: alguns discos são difíceis de achar, de modo que me falta conhecer alguns (que, obviamente, estão fora da lista).


10. Edu & Tom, Tom & Edu (1981)

Um disco de igual para igual com Tom Jobim não é nada mal, não é? É um grande disco, daqueles em que se ouve o murmúrio aconchegante do Tom. Parece ter sido gravado ao vivo (em estúdio, mas ao vivo, ou seja, todos tocando juntos).


Nenhum dos dois trouxe nada novo para o repertório, são músicas de suas carreiras desde os anos 60. Aliás, talvez a única nova seja a insípida Moto Contínuo, de Edu e Chico Buarque, a primeira parceria deles - mas Chico a lançou em seu Almanaque, do mesmo ano. Temos Pra Dizer Adeus (Edu Lobo e Torquato Neto), Canção do Amanhecer (Edu Lobo e Vinícius de Moraes), Canto Triste (Edu Lobo e Vinícius de Moraes), Vento Bravo (Edu Lobo e Paulo César Pinheiro). Além das clássicas de Tom, como Luíza, Chovendo na Roseira e Ângela. Como cantores, nenhum dos dois se destaca, em termos de técnica, mas suas vozes são saudosas.


9. Dança da Meia-Lua (1985)

Extraída da trilha sonora do balé Dança da Meia-Lua, de Ferreira Goulart para o Ballet Guaíra, é a segunda parceria de Edu Lobo e Chico Buarque. Contém algumas músicas bastante importantes na discografia dos dois. Um exemplo é A Permuta dos Santos, cantada pelo Garganta Profunda. Tem também Meio-Dia, Meia-Lua, também conhecida como Na Ilha de Lia, No Barco de Rosa, e quem canta é o Edu.


Zé Renato e Cláudio Nucci cantam Casa de João de Rosa (veja Canção Inédita, abaixo).


Frevo Diabo é empolgante, na voz de Gal Costa. Leila Pinheiro canta Abandono, uma canção interessante com um sax anos 80 não tão interessante. Tablados é cantada por Chico, e muito bem cantada (é difícil atingir as notas corretas). Zizi Possi canta Sol e Chuva, uma música fogosa e melódica.

O Edu canta a Valsa Brasileira, uma das mais belas parcerias dele com Chico (também gravamos no disco Argonautas Interpretam Edu Lobo, e é uma das minhas favoritas).


O disco conta com a participação do grupo Pau Brasil, um dos maiores conjuntos de música instrumental do país.


A peça instrumental que encerra o álbum é a genial Dança das Máquinas, uma autêntica filha de Tom Jobim e neta de Villa-Lobos.


8. Cambaio (2002)

Repleto de pérolas, esse álbum, em parceria com Chico Buarque, contém as músicas da peça Cambaio, de Adriana e João Falcão. À moda de seus outros discos com Chico baseados em espetáculos, eles convidam uma porção de gente para cantar.


Lenine canta a canção título. Gal Costa canta Veneta e Zizi Possi canta Lábia e Cantiga de Acordar, essa última junto a Edu e Chico.


Edu canta A Moça do Sonho e Noite de Verão, com arranjos sofisticados, meio de musical americano dos anos 40.


Chico canta Ode aos Ratos e Uma Canção Inédita. Os arranjos são maravilhosos. Canção Inédita é um título irônico, já que a música já tinha sido lançada com outra letra, Casa de João de Rosa, no disco Dança da Meia-Lua, de 1985. Era a única não-inédita.


7. Tempo Presente (1980)

Foi nesse álbum que Edu gravou Desenredo, de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro. Junto com o Dori. É uma bela gravação.

O disco todo foi arranjado pelos dois, Edu e Dori. Tem Angu de Caroço, um frevo com letra de Cacaso. Logo depois somos levados às famosas terças ao piano das músicas mais sérias de Edu. É a canção-título, Tempo Presente, parceria com Joyce Moreno, que é muito linda.


Tem, ainda, a instrumental Balada de Outono, o maracatu Rio das Pedras, que ele canta com o Boca Livre e não tem letra. O Dono do Lugar é outra parceria com Cacaso, Edu toca ela só com seu violão, e é linda de morrer.


Mais duas parcerias com Cacaso completam o disco: a bela Quase Sempre e a aconchegante Ilha Rasa.


6. A Música de Edu Lobo por Edu Lobo, com Tamba Trio (1965)

O álbum tem a participação inspirada do Tamba Trio, é um típico e ótimo disco pós Bossa Nova. Tem Chegança, uma famosa parceria com Oduvaldo Viana Filho. Nesse disco ele lançou músicas significativas, como a famosa Arrastão (Edu Lobo e Vinícius de Moraes), a belíssima Canção do Amanhecer (Edu Lobo e Vinícius de Moraes) e um punhado de parcerias com Ruy Guerra: Aleluia, Canção da Terra, Reza, Réquiem por um Amor e Em Tempo de Adeus.


5. Missa Breve (1972)

O lado A do disco é feito de canções, como Vento Bravo (parceria com Paulo César Pinheiro), Viola Fora de Moda (com Capinam), Porto do Sol e Zanga Zangada (com Ronaldo Bastos) e a mítica Dois Coelhos, parceria com Ruy Guerra.


O lado B é uma Missa Breve (Missa Brevis), um conjunto de textos sacros que muitos compositores musicam. Ela tem cinco partes: o Kyrie, o Gloria, a Inselença (essa, em parceria com Ruy Guerra), Oremus e Libera Nos. É uma interessante incursão a um estilo de música que não costuma ser tratado na música popular.


4. Corrupião (1993)

Foi o primeiro disco de Edu que minha mãe comprou para mim, já em CD. (Na verdade, acho que ela comprava pra ela, mesmo, mas eu me apossava). Aprendi a tocar flauta com Teco Cardoso fazendo aquele solo em Corrupião. Na época eu era craque.


Tem canções belíssimas, como Dos Navegantes (parceria com Paulo César Pinheiro), A Mulher de Cada Porto (parceria com Chico Buarque, que ele canta com a Zizi Possi) e a belíssima Ave Rara (parceria com Aldir Blanc). Além de Choro Bandido, Valsa Brasileira, Nego Maluco e Frevo Diabo, todas com letra do Chico Buarque.


Ele canta também Falando de Amor (Tom Jobim) fazendo uma ligação com o Prelúdio Nº 3 para violão, de Villa-Lobos.


3. Tantas Marés (2010)

Um belo álbum recente, em que ele consolida sua parceria com Paulo César Pinheiro e resgata parcerias com Chico Buarque. Com o primeiro, tem as belas Coração Cigano, Primeira Cantiga (cantada com a Mônica Salmaso), Qualquer Caminho, Tantas Marés e Perambulando, que era uma música instrumental em que PC colocou letra. Com Chico temos: Ode aos Ratos, A História de Lily Braun, Ciranda da Bailarina e A Bela e a Fera.


A sonoridade do disco é mais moderna, menos datada do que os discos dos anos 80 e 90, e isso muito me agrada.


2. Dos Navegantes, com Romero Lubambo e Mauro Senise (2017)

Feito em parceria com o violonista Romero Lubambo e o saxofonista e flautista Mauro Senise, é um disco camerístico. Edu, que trabalhou tanto com orquestras e conjuntos maiores, se sente à vontade com seus amigos. O repertório é bastante reciclado, com canções como Valsa Brasileira, Na Ilha de Lia, No Barco de Rosa, Valsa dos Clowns e O Circo Místico.


Temos também as interessantes Gingado Dobrado (parceria com Cacaso), Cidade Nova (com Ronaldo Bastos), Considerando (com Capinam) e Noturna (instrumental).


Essa sonoridade de poucos músicos se encaixou muito bem com as músicas propostas, claro que sobretudo por causa da qualidade de Romero Lubambo como violonista e de Mauro Senise nos sopros.


1. O Grande Circo Místico (1983)

Esse é o grande disco de Edu, de Chico e dos anos 80 inteiros. Milton Nascimento canta lindamente Beatriz, que é o grande clássico do disco. Gilberto Gil dá uma interpretação magistral de Sobre Todas as Coisas. Tem, ainda, Meu Namorado, A Bela e a Fera, O Circo Místico, A História de Lily Braun, Opereta de Casamento e Oremus. O disco é perfeito, as interpretações são ideais e os arranjos são superlativos.


Menção Honrosa - Quase Memória (2019)

Seu disco mais recente é muito agradável, com os parceiros Romero Lubambo e Mauro Senise. Merece ser encaixado na lista, fora da ordem.

 

Veja aqui tudo sobre o disco Argonautas Interpretam Edu Lobo.

E também aqui.

Deezer - https://deezer.page.link/BjhZpbqsziQ8fst59


Diga aí. Solte sua fúria lupina contra a lista que eu preparei. Ou então a elogie. Comente!

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