Steve Reich (1936) e John Adams (1947), americanos, são os dois compositores mais interessantes da música minimalista (na minha modesta opinião). Estão entre os compositores mais requisitados desde os anos 60. A Filarmônica de Los Angeles e a Filarmônica de Berlim gravaram séries de CDs dedicados a Adams. Reich aparece sempre nos concertos. De 1972 a "Música para Pedaços de Madeira" mostra bem a criatividade do compositor.
Eles partem do princípio que música é uma variação sonora. Se você tiver um grande acorde e, de repente, soar uma nota a mais, ela será notada melhor que as restantes. Isso porque quando a gente se acostuma com um padrão, qualquer coisa que fuja dele chama a atenção. E é aí que entra a criatividade. Com 5 músicos batendo bloquinhos de madeira, poderia soar como o caos, todo mundo tocando o que quisesse, ou como a mais organizada textura. Que é como soa.
Abaixo, a Orquestra Philharmonia, com Santtu-Matias Rouvali, que além de percussionista é o maestro titular da orquestra, executa a peça.
Repare na absoluta presença rítmica dos membros de percussão da Philharmonia (de Londres). Rouvali rege discretamente, um deles teria que fazê-lo, e ele é o regente titular.
Reich é esperto. Ele vai adicionando um a um os bloquinhos até criar a textura desejada. Daí, com pequenas acentuações, ele cria as variações que podem ser infinitas. Mas mesmo assim, a obra poderia ser chata. Acontece que quando começa a perder o interesse ele faz que vai parar, só pra recomeçar de novo e criar uma nova textura.
Não tem nenhum elemento de improviso aí. Tudo está na gigantesca partitura.
É algo fenomenal, tanto a composição quanto a performance.
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