Por Rafael Torres
Esta obra já foi introduzida na Arara Neon, na sessão Músicas Fofinhas (leia aqui). Mas dessa vez será oferecida uma análise da orquestração, que é exemplar, em comparação com a orquestração da 2ª Sinfonia de Robert Schumann, que é, no máximo, razoável.
Richard Wagner (1813-1883), compositor e maestro alemão, nasceu em Leipzig. Este pré-nazista escrevia ensaios em que mostrava claramente que detestava os judeus, era racista, renegando todas as raças que não a ariana, e foi sempre controverso. Naturalmente ele não pregava o extermínio de judeus, mas suas ideias foram largamente aproveitadas pelo nazismo, quase meio século após sua morte. O próprio Hitler foi um admirador rigoroso da música de Wagner. Musica que é proibida de ser tocada em Israel.
O lado positivo é que ele escrevia óperas - que, mais tarde, passaria a nomear Dramas Musicais - maravilhosas. Ópera não é a minha seara, mas toda ópera tem momentos puramente instrumentais, como as Aberturas (antes de começar o drama) e os Prelúdios (entre os atos). Algumas dessas Aberturas e Prelúdios foram adquirindo vida própria, como a Abertura Rienzi, a Abertura Tannhäuser e a Abertura O Holandês Voador, os Prelúdios para o Primeiro e Terceiro atos de Lohengrin, o Prelúdio para o Primeiro ato de Parsifal, os Prelúdios para o Primeiro e para o Terceiro atos de Os Mestres Cantores de Nuremberg e o Prelúdio e Morte de Amor de Tristão e Isolda.
Estas obras muitas vezes são gravadas em discos orquestrais, destituídas das óperas a que pertencem. E é por elas que eu conheço Wagner.
Suas óperas mais importantes incluem:
Tannhäuser;
Os Mestres Cantores de Nuremberg;
Parsifal;
Lohengrin;
O Holandês Voador;
Tistão e Isolda;
E sua obra mais ousada, O Anel dos Nibelungos, que contém 4 óperas: O Ouro do Reno, As Valquírias, Sigfried e O Crepúsculo dos Deuses. Elas costumam ser apresentadas em 4 noites consecutivas.
Wagner sempre foi célebre e idolatrado, embora tivesse, também, detratores e vivesse endividado. Mas, em 1872, ele se acomodou na cidade de Bayreuth e fundou o Festival de Bayreuth, que até hoje atrai milhares de amantes de música anualmente para ouvir exclusivamente suas óperas. A sala de concerto em si, a Bayreuth Festspielhaus, ele começaria a construir no ano seguinte, levantando dinheiro com as Sociedades Wagner, que apareceram em várias cidades de toda a Europa; com concertos que ele regia pela a Alemanha e com a ajuda de seu mecenas, o Príncipe Ludwig da Baviera, que era apaixonado por sua música.
Abordaremos hoje os aspectos da orquestração da Abertura de Tannhäuser und der Sängerkrieg aus Wartburg (Tannhäuser e o torneio de trovadores de Wartburg), ópera em 3 atos terminada em 1845, sobre libreto do próprio Wagner - que sempre preferiu fazer seus próprios textos.
Tem duração de 14 minutos, ou até mais de 20 quando se atrela à Música de Venusberg. Também pode ser atrelada ao Bacanal, na versão de Paris, em cujo caso, dura 24 minutos. Mas o mais comum é que se ouça, em concerto e em gravações, a versão mais curta, apenas com a Abertura, que é a que analisaremos. O fato é que qualquer uma delas era longa, para a época. Aberturas de Ópera não costumavam passar de 8 minutos.
Existia também a Abertura de Concerto, obra não ligada a uma ópera e feita para ser tocada em concerto, sem encenação, e que era, geralmente, programática. Esta, sim, poderia ter uma duração maior, de 10 a 15 minutos.
Na época, o público era tão envolvido com música, que aplaudia alucinadamente ou vaiava, apitava e fazia barulho, caso lhe desagradasse.
Franz Liszt (1811-1886), húngaro, pianista e compositor, especialmente de música para piano (que viria a ser sogro de Wagner), fez da Abertura Tannhäuser, em 1848, uma transcrição para piano. Na versão para piano, é uma música exuberante, absurdamente virtuosística, difícil, técnica. É lendária a gravação que vou recomendar, abaixo.
A orquestra se configura assim:
3 Flautas (uma alternando para Flautim);
2 Oboés;
2 Clarinetes;
2 Fagotes;
4 Trompas;
3 Trompetes;
3 Trombones;
Tuba;
2 Tímpanos, Triângulo, Castanholas, Pandeiro, Bombo Sinfônico e Pratos;
Harpa;
Primeiros Violinos;
Segundos Violinos;
Violas;
Violoncelos;
Contrabaixos.
Dura cerca de 14 minutos e a estrutura é A-B-A. Após a estreia, Wagner ainda trabalhou na ópera, criando a Versão de Dresden (ainda em 1845), em que aicionou coros e estendeu o terceiro ato; trabalhou na Versão de Paris (1861), em que, de acordo com normas para ópera em Paris, a obra precisava ser traduzida para francês, ter um balé (e ele alterou a Abertura, também, virando a Abertura e Música de Venusberg, que ficou ruinzinha), para o qual ele escreveu um Bacanal (!) e passou o papel de Venus de soprano para mezzo-soprano; e a Versão de Viena (1875), em que, para sua última apresentação da ópera em vida, ele fez ainda mais modificações e retornou o texto para o alemão.
Wagner nunca ficou realmente satisfeito com a obra, embora ela permaneça sendo tocada com muita frequência. Dizia que ainda devia Tannhäuser ao mundo.
Abaixo, o grande maestro colombiano Andrés Orozco-Estrada rege a Orquestra Sinfônica da Rádio de Frankfurt (hr-Symphonieorchester) em uma interpretação arrepiante.
Vou analizar a orquestração em tópicos, fornecendo a minutagem de cada passagen interessante.
Parte A
Inicia com um coral (08s), em piano, de 2 Trompas, 2 Clarinetes e 2 Fagotes tocando o que vou chamar de Tema A. Dentro do coral, o tema ésta no Primeiro Clarinete e na Primeira Trompa. O tema pertence, na ópera, ao Coro dos Peregrinos, no final da peça.
A exclusão de outros instrumentos nos oferece um clima de nobreza, misturadoa com (talvez) resignação e até mesmo de alvorada.
Excelente, a concepção de Orozco-Estrada, no que tange ao controle dinâmico (quando um instrumento cresce, os outros crescem igual, direitinho) e às articulações.
Em 1m11s termina a declamação do Tema A e ouvimos pela primeira vez as cordas. Os Violoncelos, com eventual suporte das Flautas e Oboés, tocam uma transição belíssima.
A transição é imediatamente (1m43s) repetida pelos Violinos 1 e 2, tocando em uníssono.
Preste atenção no acompanhamento descendente desolador das Flautas e Oboés, que é um ótimo exemplo de orquestração.
Em Schumann tínhamos muitos temas entregues às cordas, limitando a variedade timbrística. Aqui, Wagner nos deu o tema em instrumentos de sopro desacompanhados e esse material transicional às cordas.
A finalização, agora, é em um aliviante tom maior, quando a dos Violoncelos foi em tom menor.
Aos 02m13s ouvimos a sonoridade nua de um Oboé, que faz a transição final. Os Violinos 1 e 2, as Violas e os Violoncelos fazem um acompanhamento em stacatto, e a orquestra faz um crescendo.
Aos 2m29s os Trombones executam o Tema A, em um momento transcendental, de maneira mais plena, em duplo forte (ff), com mais confiança e, ao mesmo tempo, drama. Veja a beleza dessa música!
É muito interessante o acompanhamento que ele inventou para as cordas. Os Violinos 1 e 2 tocam essa ideia descendente, em quiálteras, mas com uma pausa em cada uma delas. Já as Violas, os Violoncelos e as madeiras tocam em tremolo. E ainda temos os Tímpanos, pontuando certos momentos, com rufados e pancadas. Percebe-se que temos três texturas: o Tema, nos Trombones, as quiálteras dos Violinos e os Tremolos dos outros instrumentos. E o adorno dos Tímpanos. Isso é riqueza orquestral.
Depois do Tema a orquestra cai e se esvazia, cabendo às Violas e Violinos 2 a declamação do material de transição (3m24s) (o mesmo que apareceu antes, logo depois da introdução com o Tema A nos sopros), finalizando em tom menor, enquanto os Violinos 1 tocam, levemente, recortes das suas ideias descendentes em quiálteras e as madeiras fazem um suporte similar ao que fizeram na primeira vez em que ouvimos a transição, ainda nos Violoncelos.
Aos 3m52s os Violoncelos repetem a ideia de transição e a orquestra vai se esvaziando ainda mais. As Violas (todos os instrumentos, agora, em piano, p) assumem as quiálteras. Ouvimos, ainda, a textura das madeiras, tocando notas longas, e a dos Contrabaixos, que repetem motivos decorrentes do que eu chamei mais acima de acompanhamento descendente desolador. A finalização dos Violoncelos é em tom maior.
Percebem que, ao contrário de Schumann, raramente há menos de três texturas simultâneas? Calma, agora vou explicar direitinho o que são texturas.
Texturas são camadas de instrumentos. Uma textura nada mais é do que uma ideia musical, que pode ser temática ou de acompanhamento. Você pode ter vinte instrumentos produzindo uma textura e apenas um produzindo outra. É comum, por exemplo, que se agregue as madeiras, para formar uma textura. Ou que se juntem Violinos 1, Violinos 2 uma oitava abaixo e um Oboé ou uma Flauta, para formar outra. Notas longas, que nos contextualizam harmonicamente, não costumam contar. A não ser que o compositor invente uma peculiaridade (as notas longas podem ser cromaticamente descendentes e fazer alusão a um material que é muito usado na obra).
Aos 4m22s aparece novamente (embora parcialmente), em atmosfera serena, o Tema A, nos Clarinetes, Trompas e Fagotes, sem mais acompanhamento, levando adiante o esvaziamento orquestral que estávamos testemunhando.
Parte B
Aos 5m05s o Tema A é interrompido por uma melodia importante das Violas e, logo em seguida, por uma intervenção das Flautas, Oboés e Primeiro Clarinete.
O caráter da obra muda de forma abrupta. Isto ocorre porque a Abertura de uma ópera costuma agregar miniaturas dos momentos da ópera. Uma ópera de 4 horas e meia tem tempo para mudar de contexto e de humor várias e várias vezes.
Ele continua ameaçando ideias temáticas importantes: aos 5m16s pelas madeiras (incluindo, agora, o flautim), metade dos Violinos 1 e dos Violinos 2 (os Violinos estão divididos, cada, em 4 grupos) e Violas. A ausência dos Violoncelos e Contrabaixos, nesse trecho, deixa a música bem aguda, como se fosse mágica. Mais uma jogada de gênio.
Aos 5m25s a orquestração se torna cheia, brevemente. Aos 5m28s uma nova ideia surge nos Clarinetes. E logo depois, aos 5m31s, as cordas fazem um motivo cromático descendente em tremolos que também vai ser importante.
Aos 5m51s, a melodia importante pode ser ouvida nas Violas, com respostas do Clarinete e do Oboé.
Percebeu que, até aqui, ele apresentou muito material, mas, habilmente, foi apenas uma introdução da Parte B?
As notas descendentes das cordas são tocadas, aos 6m10s, pelos Violinos 1 e 2, e agora elas vão escalando até desembocar no Tema B (6m40s), apresentado pelos Violinos 1 e as Flautas, marcados por notas com acentos das madeiras. O Tema é alegre e inconsequente, em total contraste com o Tema A. Estamos em outro planeta, agora. A segunda parte do Tema (7m03s) é tocada pelos Violinos 1, Primeira Flauta, Oboés e Clarinetes, e a terceira parte, com escalas ascendentes, aparece nos mesmos instrumentos.
Aos 7m25s temos uma série de descidas que lembram um derretimento, muito bem orquestrado, com os Violinos 1 e 2 em tremolo e as madeiras. Elas descem de cada vez mais alto, como se estivessem se agravando.
Aos 7m38s as Violas fazem a melodia importante.
Ela conduz um trecho que é dominado pelo Violino Solo (7m52s) e pelo Clarinete Solo (8m04s). O Clarinete apresenta o que eu chamarei de Tema C, sobre declamações da melodia importante pelos Violinos 2. É um tema lírico e pastoril, que torna o trecho tranquilo e agradável, além da inusitada e interessantíssima orquestração, com os Violinos 1 divididos em 4 seções, assim como os Violinos 2.
Esse trecho, aos 8m46s, também apresenta a orquestração de alguém confiante na própria habilidade, com o motivo tocado por 1/4 dos Violinos 1, a melodia importante, por outro quarto deles e a linha do Clarinete Solo.
Então, uma nova aparição de um motivo descendente, nos nas Violas e, logo, nos Violinos 2, eventualmente começa a crescer e acelerar.
Ela acaba desembocando no Tema B (9m39s) com os Violinos 1 e 2 e as Flautas, em uma aparição ainda mais agitada e uma quarta acima. Parece muito com um trecho de Mendelssohn. Mais uma vez a orquestração é fantástica, ainda que simples, ajudando a criar um verdadeiro ambiente de júbilo, com uma figuração rápida em tremolos dos Violoncelos e Violas.
Aos 10m25s a Parte B começa a se dissipar, em trecho caracterizado pela presença dos Pratos, do Triângulo, do Pandeiro e dos Tímpanos.
Aos 10m47s surge a melodia importante, especialmente nas Violas.
Aos 11m05s vem o Coda da Parte B, com várias escalas descendentes, que se metamorfosearão em uma outra escala descendente que perdurará até o fim da música, nos Violinos 1 e 2.
Parte A
Sobre esses desmoronamentos dos Violinos, é retomado o Tema A, aos 11m35s, pelos Clarinetes, Trompas e Fagotes, como no início da música.
Aos 12m38s aparece a transição nos Violoncelos, aos quais a Viola logo se junta.
Aos 13m13s temos a segunda transição, que era no Oboé e agora é, principalmente, no Trompete.
A última e mais emocionante aparição do Coro dos Peregrinos (Tema A) é aos 13m30s, e ocorre nos Clarinetes, Fagotes, Trompetes e Trombones.
A Codetta chega aos 14m39s, marcada por cadências plagais e sua última nota restrita aos sopros (as cordas param de tocar). O acorde final tem uma proposta (essa de as cordas saírem) muito interessante e que se encaixa na música com perfeição. O compositor tcheco Antonín Dvořák usaria este recurso, anos depois, no final da sua Sinfonia Nº 9, "Do Novo Mundo".
Sobre a orquestração
Eu a considero primorosa, para uma obra do Romantismo. No Modernismo apareceriam compositores como Maurice Ravel, Claude Debussy, Béla Bartók e Igor Stravinsky que, estes sim, pintavam e bordavam com a orquestra, criando todo tipo de sonoridade que se pode imaginar.
Mas escolhi Wagner porque é mais ou menos contemporâneo de Schumann e eu queria fazer uma comparação entre Tannhäuser e a 2ª Sinfonia de Schumann.
Escutando as duas, percebe-se claramente que Wagner tinha uma imaginação para o colorido orquestral levemente mais livre. Sua orquestra, na Abertura Tannhäuser, é apenas um pouco maior que a de Schumann, mas o equilíbrio é perfeito. Jamais se deixa de escutar alguma de suas ideias ou temas.
Além disso ele aproveita melhor o conjunto de que dispõe, de modo que, quando quer, a música soa cheia, intensa. Para completar, a escrita para instrumentos ou naipes individuais é perfeita, sem problemas.
Ao passo que Schumann parece bem mais tímido e inseguro ao orquestrar, além de sua obra frequentemente precisar da intervenção do maestro para buscar o equilíbrio instrumental. E também é menos colorida e um tanto mais previsível. Não que ele seja um mal orquestrador, como alarmam os críticos. Como eu disse no artigo da sua Segunda Sinfonia, a simples redução do número de instrumentos de corda já ajudaria bastante a que se ouça os sopros.
Por fim, vale lembrar que Wagner tinha todo esse controle porque era maestro, trabalhava constantemente com orquestra em praticamente toda a sua vida. Pode não parecer, mas o contato sistemático com uma orquestra educa bastante o ouvido para nuances e sutilezas orquestrais.
Gravações recomendadas
Tentarei recomendar diferente do que fiz nesse artigo, mas lembrando que as versões de Sir George Solti e Claudio Abbado são supremas.
- Daniel Barenboim, com a Staatskapelle de Berlim - O maestro e pianista argentino, hoje (2023) com 80 anos, acabou de se aposentar para cuidar da saúde, que começou a complicar. Dirigiu a Staatskapelle de Berlim, uma orquestra que começou a existir em 1570 (sendo uma das mais antigas ainda em atividade), por 30 anos e elevou em milhas o status e a qualidade do grupo, gravando tanto repertório sinfônico quanto ópera. Essa excelente versão da Abertura Tannhäuser (na verdade, da ópera completa) tem uma concepção cheia de nuances e ambiguidades. Ela é clara e escura, nítida e difusa, romântica e um tanto moderna. É única. É do ano de 2001.
- Giuseppe Sinopoli, com a Staatskapelle de Dresden - O regente italiano, morreu tragicamente após sofrer um ataque cardíaco enquanto regia a ópera Aida, de Giuseppe Verdi, em Berlim. Tinha apenas 54 anos. Suas concepções musicais costumavam ser consideradas excêntricas, mas, se acertava, o acerto era grande. Gravou esse disco com a Staatskapelle de Dresden em 1996. A Staatskapelle de Dresden, até os anos 90, era vastamente superior à Staatskapelle de Berlim. Hoje ela é apenas superior o bastante. O CD é dos meus, contém apenas Aberturas e Música Instrumental de Wagner. E vem com a lindíssima Abertura Rienzi.
- Mariss Jansons, regendo a Filarmônica de Oslo - Um dos maiores regentes de sua era - morreu em 2019 -, ao assumir a Filarmônica de Oslo, que dirigiu de 1979 a 2000, também transformou a orquestra, fazendo turnês constantes e gravando muito, o que fez o conjunto melhorar exorbitantemente. As gravações dsse CD, também com músicas apenas orquestrais de Wagner, são de 1992 e a orquestra soa como uma divindade. Ele também gravou com a Sinfônica da Rádio Bávara, mas esta aqui me parece mais segura e direta. O letão Jansons foi outro maestro (de uma lista maior do que o aceitável) que sofreu um ataque cardíaco enquanto regia uma ópera: era La Bohème, de Giacomo Puccini. Foi em 1996 e ele quase morreu. Seu pai, o também maestro Arvīds Jansons, também havia morrido, em 1984, enquanto regia um concerto com a Orquestra Hallè, em Manchester.
- Jorge Bolet, piano - O pianista cubano teve uma carreira internacional tardia, que se iniciou quando ele tinha 64 anos, em 1974. Obviamente ele já tinha uma carreira, inclusive de gravações, mas era considerado um pianista menor até que, em 1974, fez uma apresentação lendária no Carnegie Hall, em Nova Iorque, que o alçou à fama mundial. Escolheu um repertório dificílimo, com a Chaconne de Bach, os Prelúdios de Chopin e obras variadas, na segunda parte, incluindo algumas transcrições de obras orquestrais para piano. Entre elas estava a transcrição de Franz Liszt da Abertura Tannhäuser, de Wagner. Dificílima (Liszt gostava de contribuir com escalas e adornos, por sua conta, nas transcrições) e tocada de maneira embasbacante, a abertura não passou despercebida. O recital foi lançado várias vezes, em LP e CD. Vale muito a pena conferir.
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Um "pequeno" Glossário de termos musicais.
Aqui, 10 Livros Sobre Música Clássica
Compreensão Musical
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Perfil da pianista portuguesa Maria João Pires, postagem da nossa correspondente prodígio lusitana Mariana Rosas, do Blog Pianíssimo (www.pianissimo.ovar.info).
Perfil da violinista francesa Ginette Neveu, falecida aos 30 anos em um acidente de avião, em 1949.
Perfil do pianista brasileiro Nelson Freire, considerado um dos maiores dos tempos modernos e falecido em 2021.
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