Pavane pour une Infante Défunte, ou Pavana para uma Infanta Morta (ou princesa morta) é uma obra de Maurice Ravel em versões para piano e para orquestra. Composta em 1899, é uma obra da juventude do compositor.
Pavana é uma dança lenta francesa muito comum no começo do período barroco. Ravel, já no modernismo, aproveitou o aspecto contemplador da dança e fez uma música que "uma princesa poderia, em tempos passados, ter dançado em uma corte espanhola". Acontece que o compositor era apaixonado pela Espanha e sua cultura, tendo nascido na fronteira da França com este país (em Ciboure). Sua mãe era do País Basco e crescera em Madri.
A peça, com 6-7 minutos de duração, foi de dicada à patrona de Ravel, a Princesa de Polignac (mas não foi inspirada nela). Quando o pianista Ricardo Viñes a incorporou a seu repertório, em 1902, é que ela se tornou conhecida.
É famosa a citação de Ravel depois de ouvir uma interpretação dela ao piano: "É uma Pavana para uma Princesa Morta, não uma Pavana Morta para uma Princesa". Ele mesmo chegou a gravar em rolo de piano (piano roll). Deixo abaixo sua interpretação, que é diferente de tudo que conhecemos.
Em 1910 ele fez uma orquestração da peça. A orquestra, modesta para os padrões de Ravel é a seguinte:
2 Flautas
1 Oboé
2 Clarinetes
2 Fagotes
2 Trompas
Violinos 1
Violinos 2
Violas
Violoncelos
Contrabaixos
Harpa
Vou deixá-los com duas versões para piano e uma orquestral. A primeira é do Rousseau, é interessante para visualização.
A segunda é de Sanson François, pianista francês do século XX que faz uma interpretação extremamente musical, talvez a mais sensível que eu conheça.
A orquestral é com a Orquestra Philharmonia, regida por Esa-Pekka Salonen. Ravel entregou a bela melodia inicial à trompa. Não é de difícil digitação, mas exige muito fôlego e técnica de respiração.
Gravações importantes
Versão para piano:
- Samson François - Essa gravação de 1967 é belíssima. Sem frescura e sem sentimentalismo barato, capta a atmosfera da obra com contundência.
- Vladimir Ashkenazy - Nesse disco de 1985, Ashkenazy toca Gaspard de la Nuit, a Pavana e as Valsas Nobres e Sentimentais. Discaço. Também vai direto ao ponto, e a sonoridade é impressionante.
Versão para orquestra:
- Daniel Barenboim regendo a Orchestre de Paris - Um disco importantíssimo de 1982. Tem a Pavana, o Bolero, La Valse e a Suíte Nº 2 de Daphnis et Chloé.
- Pierre Boulez regendo a Orquestra de Cleveland - A Orquestra de Cleveland está incrível nessa gravação de 1999. A trompa nunca esteve mais limpa. Boulez era sem dúvidas um dos maiores intérpretes de Ravel de todos os tempos.
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