O regente norte americano Andrew Litton tem construído uma sólida discografia. As obras desse disco, ele já tinha gravado antes: Os Planetas com a Sinfônica de Dallas e as Variações Enigma com Orquestra Filarmônica Real, da Inglaterra. Sua primeira gravação dos planetas era respeitadíssima, embora não muito conhecida. O mesmo com as Variações.
O que ambas gravações não tinham era o som da Bis, a gravadora que tem trabalhado com várias orquestras que tiveram seu renome crescendo recentemente, como é o caso da Osesp (a Orquestra Sinfônica Estadual de São Paulo). A gravadora é muito querida por audiófilos, pois o som é magistral. Na variação 7 - "Troyte", você sente todo o poder da orquestração: mesmo tocando em volume alto, não há distorção e a definição do som é altíssima. Na variação 12 - "B. G. N.", o som do violoncelo é tão presente, parece que ele está tocando na sua frente. A interpretação de Litton e dos músios Noruegueses nessa peça é maravilhosa, com crescendos e decrescendos apropriados. Sinceramente, desde que eu ouvi essas gravações, tenho até dificuldade em ouvir outras. É uma gravação sem muitos ruídos externos, como respirações, passada de páginas etc.
Depois vêm os Planetas. Litton e a orquestra estão novamente concentrados e interessados em criar todos os climas possíveis para você. Já dá pra sentir isso em Mercúrio, talvez o mais furioso dos planetas. E mais uma vez o som da Bis não o decepciona, é excepcional. Essas obras vão do pianíssimo ao fortíssimo às vezes em questão de segundos. Não é fácil fazer isso de maneira convincente. Nas passagens muito fortes é fácil que se perca definição, os metais ou as percussões engolindo os outros instrumentos. Mas isso não acontece aqui. É soberbo.
Escute esse disco nas plataformas digitais. Vou deixar o link para o Spotify: